Desastrados domésticos

Foto:Chuttersnap

Quase todo mundo tem histórias pra contar de acidentes domésticos, resultantes de investidas desastradas para realizar alguma atividade caseira. Uns mais, outros menos. Penso que me encaixo perfeitamente no primeiro grupo, ou seja me considero com exageros e tudo, um verdadeiro perigo do lar.

Já percebi que ocorre um fenômeno que desconfio o motivo, mas ainda não tenho certeza das causas. Observei que geralmente quando faço alguma bobagem, quase que imediatamente repito a besteira. Um exemplo é quando encosto a mão numa panela ou no forno quente, com o susto encosto novamente e de prêmio fico com duas queimaduras. Se derrubo um prato da pia, na tentativa de salvar o dito cujo, já vou derrubando outras coisas. Copo geralmente quebro dois ao mesmo tempo, nessa categoria desconfio que sou uma recordista. E por aí seguem os desastres. Mas, o meu consolo é que de vez em quando alguém faz alguma traquinagem em casa e aí já fico com moral pra não ser a única no “país” dos desastrados.

Embora a minha lista pessoal de acidentes caseiros seja enorme, tem histórias que não são minhas, mas gosto de relembrar. Como no dia em que o meu marido resolveu abrir a cafeteira que ainda tinha pressão e bum! Foi café pra todo lado, segundo ele, o único lugar que sobrou limpo na cozinha foi embaixo dos seus pés. Ainda bem que eu não estava em casa para participar da faxina, assim ri mais quando soube do acontecido. Mas, nem sempre a culpa é totalmente do desastrado. Há um tempo atrás me orgulhava de nunca queimar o pão na hora de preparar o café da manhã, já que esta era uma prática diária, porém, o grill resolveu acabar com a minha alegria e começou a assar os pães de forma irregular. Desde então, muitos pães quando não vão para o lixo queimados, vão pra lixadeira, já que seguem para o processo de raspação quando a perda não é total.

E o que dizer dos acidentes naturais ou “sobrenaturais” no ambiente doméstico? Sim porque, às vezes penso que é coisa do capeta quando está desocupado. Não pode ser coisa de Deus, embora aconteçam espontaneamente. Nesse ramo tenho histórias: inundação da sala em pleno 2º andar no primeiro apartamento que morei; duas janelas que bateram e quebraram os vidros; uma garrafa de refrigerante de 3 L que explodiu sozinha, inundando de coca-cola uma minúscula cozinha; um fio que derreteu e deu curto circuito dentro da parede; um ar condicionado que pegou fogo; um vidro de leite de coco que explodiu sozinho, e por aí vai. Pode ser até que tenham ocorrido outros, mas acredito que já seja o bastante para concluir que os desastres, por algum fenômeno não explicável, também vão atrás das criaturas mesmo que ela não os procure.

E salve-se quem puder, ou melhor, quem chegar a tempo. Foi o que aconteceu quando os desastres adentraram em nossa casa e tivemos que correr para evitar a propagação dos efeitos desses famigerados acidentes. Há quem diga que uma figa ou uns galhinhos de arruda ajudam a combater esses espíritos encapetados que assolam os lares. Não sei se teriam esse poder, ainda não testei, só sei que cada vez que esses “fenômenos” ocorrem, lembro de uma colega que dizia nessas ocasiões: “sangue de Cristo tem poder!”. O fato é que no final sempre escapamos com vida e, entre mortos e feridos salvaram-se todos, levando-nos a suspeita de que os anjos do bem possam também ter entrado em cena. Afinal, tudo é uma questão de crença, acredite se puder!


10/07/2022