Sua risada é uma graça

Resolvi postar essa crônica porque ela me faz lembrar de Paulo Gustavo, alguém que nos fazia dar belas risadas.


Sempre admirei pessoas risonhas, elas são inegavelmente de uma energia ímpar. Um sorriso largo conquista qualquer um, além de tornar a vida mais leve para quem carrega essa luz e para quem convive com essas pessoas. Hoje é praticamente uma unanimidade entre os estudiosos da área a verdade de que o bom humor ajuda na saúde e na longevidade.

Tive a alegria de conhecer algumas pessoas que são donas de um sorriso permanente que a todos contagia, e mesmo não fazendo parte desse mundo restrito a alguns felizardos, pelo menos consigo facilmente me divertir com elas e com aqueles que tratam a vida com bom humor, ou fazem disso o seu caminho. O interessante dessa particularidade da personalidade de algumas pessoas é que, às vezes mesmo sem querer, elas se tornam muito engraçadas e isso termina sendo o toque de humor que as caracteriza. Tenho um conhecido que exemplifica bem esse caso, ele tem um talento nato para falar coisas engraçadas com uma expressão tão séria que assustaria qualquer um que não o conhecesse, fazendo com que essa sua faceta seja exatamente a pitada de humor que arranca nossas risadas.

Mas, quando se trata de humor profissional temos que convir que não é qualquer um que arranca risadas do público, é preciso ter a medida certa para saber avaliar quando consegue-se fazer graça de verdade, por isso admiro as pessoas que desempenham bem essa façanha, em filmes, programas e peças de teatro, pois é um verdadeiro desafio extrair risadas coletivas propositadamente.

E quando você ri da piada e ri da risada de alguém que riu da piada? Conheci uma senhora que a risada dela era uma graça e, por coincidência, um dia fui assistir uma comédia no teatro e ela estava na plateia, acredito que nesse dia o público assim como eu, riu duplamente na peça, porque a cada lance engraçado ríamos da piada e da risada dela. Foi um dos momentos mais hilariantes que vivi, o que marcou aquele evento na minha memória como algo muito divertido e prazeroso de recordar. Gosto de contar esse fato porque foi bem inusitado e mais interessante ainda pelo fato de conhecer a protagonista.

Por outro lado trabalhei com uma colega que, embora seja uma manteiga derretida que chora fácil fácil, também é dona de uma risada sem igual, onde ela estiver não tem como não saber que é ela, por sua risada inconfundível. E sou uma das pessoas que não resiste às suas gargalhadas, mesmo que estejamos numa situação que não inspire lá muita graça, se ela ri, acabou, não tem como conter o riso. Mas existem aqueles que se incomodam com essa alegria inata, e inacreditavelmente o chefe da colega era uma dessas pessoas, e proibiu-a de dar suas famosas gargalhadas. É claro que ela chorou muito com essa sentença, mas ainda bem que ele estava chefe e não durou muito tempo o seu reinado desastroso, tendo perdido o cargo com a mudança da direção da empresa. E como diz o ditado “quem ri por último ri melhor”, e ela riu por último.

09/05/2021