Os filmes que nos marcam

 

Não sei exatamente o motivo, mas dos filmes que marcaram a minha vida, a maioria pertence a minha adolescência ou à fase que a antecede. Talvez seja o fato de se relacionarem com momentos de agradáveis lembranças. Naqueles anos a família toda se reunia para assistir a alguns icônicos como E o vento levou, ou outros não tão famosos, mas que ou eram de grande audiência ou chamavam a nossa atenção pela propaganda convidativa.

Algumas trilhas sonoras também marcaram época, como em Um dia de sol, cuja música-tema estourou nas rádios. O mesmo ocorreu com Hair, quando passou na TV. Lembro que gostava de assistir com meu pai a filmes relacionados à temática dos índios americanos. A maioria não desperta atenção, mas O pequeno grande homem, em especial, permaneceu muito tempo no meu imaginário, assim como a mini série A saga do Colorado, que nos deixava de olhos grudados na telinha. Embora fosse muito jovem, me emocionei bastante com Susan e Jeremy, cujo tema também se tornou muito popular entre os jovens da época. Minha irmã, que já estava nessa fase, em pouco tempo conseguiu uma gravação da música e a letra.

Assistimos ao antológico Love Story, também em família e todos se emocionaram. Houve dois longa-metragens que não pude assistir, quando passaram no cinema, porque não tinha idade suficiente: Os embalos de sábado à noite e Grease, no entanto, curti muito suas canções, antes de vê-los na TV, vários anos mais tarde. Minha irmã havia assistido e assim que foram lançados os discos com as músicas-tema, ela imediatamente comprou os álbuns, que foram sucesso absoluto nas rádios e na nossa casa. Até meu pai, um eclético no gosto musical, era um entusiasta das trilhas que minha irmã conseguia gravar ou comprar os discos. Acredito que isso contribuiu bastante para que esses momentos e produções cinematográficas se tornassem um marco na minha vida.

Quando fiquei um pouco mais velha e adentrei na adolescência, o melhor era poder entrar nos cinemas. Não lembro de muitos que fizeram história nesse período, mas era um programa certo nos finais de semana. Dessas investidas gosto de relembrar O sol da meia-noite, Flash Dance e o romântico e divertido Tootsie, com trilhas sonoras contagiantes. Passada essa fase, assisti já adulta Titanic, que marcou a todos. A mim especialmente, porque foi a última vez em que fui a um tradicional cinema da cidade fora de um shopping, numa sala de extrema beleza clássica. Estava lotado e sentamos na escadaria coberta por carpete. Foi um esforço que valeu a pena, e acredito que encerrou a temporada dos campeões de bilheterias e de uma era de glamour dos cinemas.

É claro que os filmes ainda nos encantam, emocionam e divertem, mas aquele charme e expectativa que nos criavam parecem ter esmorecido diante da pulverização das mídias e do fácil acesso aos longa-metragens. De qualquer forma, assistir àqueles que no passado foram tão marcantes, causa uma certa nostalgia. Hoje faço esse registro, porque não quero esquecer do quanto essas produções mexiam conosco e com nossa imaginação, colorindo os nossos momentos e coroando nossas recordações com suas trilhas musicais inesquecíveis.

11/11/2021